quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Pedagogia e Didática da Natação




Por: Raulinda Regina Coelho Mascarenhas
(graduanda em Ed. Física UNEB - Campus IV)


A pedagogia é a reflexão sobre uma atividade Educativa. Uma pedagogia da natação deve elaborar um conjunto de pressupostos teóricos que vão orientar para uma dada metodologia de ensino correspondente.

Para se falar em pedagogia da natação é necessário assumir que o aprendizado da natação tenha componentes educativos, entendidos aqui como aqueles de natureza procedimental, conceitual e atitudinal presentes nos conteúdos de ensino (FERRAZ, 1996).

A prática pedagógica coloca desafios que não podem ser imaginados ou ¨simulados¨ em ambientes artificiais, de laboratório. Ela exige pesquisa de natureza pedagógica que fará uso do conhecimento acumulado nas áreas relacionadas acima, e de tantas outras, para a busca de uma intervenção que seja fundamentada cientificamente e cada vez mais eficaz.

A natação passa a ser compreendida como a adaptação do homem ao elemento água, feita através de todas as formas de movimento“junto com” (nadar em rios), “sobre” (nados diversos) e “sob” (nados submersos) a água, que produzam sustentação do corpo para o controle respiratório e a propulsão para o deslocamento. Essa adaptação deve englobar o domínio de todas as possibilidades de movimento no meio líquido, a fim de que o indivíduo possa desfrutar deste meio para seus interesses particulares, que podem estar no campo do lazer, da reabilitação, da saúde, da competição, da arte, entre outros. Essa seqüencia de movimentos para a flutuação e equilíbrio na água é sistematização do processo pedagógico de ensino para proporcionar um aprendizado de maneira organizada e que tenha por finalidade uma organização na locomoção aquática.

Nesse sentido percebemos que o professor de natação coordena a movimentação, para que haja uma adaptação ao meio liquido, possibilitando assim, uma liberdade e segurança no individuo para sua atuação aquática.

Portanto, a pedagogia faz com que o professor não seja apenas aquele que corrige os erros, mas oriente para a percepção destes, legando aos alunos a ativa tarefa de avaliar seu desempenho. O aluno passa a ser agente de seu aprendizado. Certamente, o uso destes conhecimentos é capaz de transformar a maneira de se encarar o ensino da natação.

Metodologia da natação

Em seus primórdios, a natação utilizava métodos e técnicas que delimitavam uma expressão corporal de movimentos no meio aquático.

O processo de aprendizagem da natação era desenvolvido a partir de um modelo mecanicista e detalhista, que primava mais o plano técnico do que o pedagógico, pois a aprendizagem foi iniciada e supervisionada por técnicos e era desprendida das diversidades biológicas.


A pedagogia mais utilizada, atualmente, nas aulas de natação, lança mão de recursos técnicos específicos, baseados na repetição de movimentos, separação de seqüências, enfim um instrumental que poderia ser classificado como tradicional, com o objetivo de conseguir o domínio do meio liquido, dos movimentos e da aprendizagem, o mais rápido possível. (PEREIRA,1999).

Segundo Pereira, 1999, a partir de uma nova concepção pedagógica, os profissionais da natação procuram salientar e priorizar, pelos aspectos do planejamento e ajustamento entre técnicas, a demanda a ser trabalhada e o porquê do trabalho realizado com tal demanda.

Hoje vivemos em uma pluralidade e diversidade de indivíduos e essa diversidade pode esta ligada a física e mental, no qual exigem um trabalho minucioso e cuidadoso. As demandas irão caracterizar a estrutura pedagógica para ser aplicada, ou seja, para cada grupo, uma abordagem de ações diferentes.

Outro fator importante para finalidade do trabalho é a intencionalidade do praticante com a natação, pois a natação não se limita apenas em uma prática no meio liquido e sim um meio terapêutico, um meio de reabilitação e meio preventivo para a saúde.

A metodologia da natação consiste na estruturação de ações a serem aplicadas e dentro desta estruturação encontramos elementos como: material pedagógico, divisão de níveis, ensino planejado, as avaliações, acessória técnica e os treinamentos.

O material pedagógico consiste nos instrumentos utilizados para darem suporte a pratica do nado. Como exemplo as pranchas de isopor, toucas entre outros.

A divisão de níveis é a classificação dos alunos ou praticantes da natação como a demanda de bebês, crianças, idosos, adultos e portadores de deficiências.

O ensino planejado tem como objetivo uma organização de um calendário contendo a programação da semana, possibilitando assim, uma seqüência nas atividades e avaliação do aluno.

As avaliações ocorrem durante o termino das propostas de atividades de cada mês, possibilitando assim avaliar o desempenho de cada aluno.

O Assessor técnico é quem controla a aplicação da metodologia na unidade, desde postura do professor, estratégia pedagógica, objetivos semanais de aula, entre outras funções.

Os treinamentos têm como finalidade a capacitação e formação de um aluno para que esteja adaptado ao meio aquático.

Deste modo, a natação pode ser observada sobre os diferentes pontos de vista, quando consideramos o seu principal objetivo e também o profissional que for administrar as aulas nos princípios que adéqüe as praticas de natação a sua demanda, porém, qualquer que seja o conceito da natação ele sempre estará relacionado diretamente com o meio líquido.


Exercícios da natação: os estilos de nados

Os exercícios educativos desempenham um papel muito importante na natação. A partir do processo de adaptação e aprendizagem percebemos a intensificação de cada exercício executado no meio aquático. Todos os movimentos são estimulados pelos nadadores através de um desempenho biológico que é determinado pelo biótipo do individuo.

Os diversos tipos de exercícios podem ser utilizados como elementos de correções ou como componentes de uma sessão de treinamento sob forma de carga contínua ou por meio de intervalo, visando à melhora das condições aeróbicas e anaeróbicas de cada nadador

No intuito de não deixar cansativo os treinamentos e nem metódicos, os técnicos e treinadores, diversificam as sessões de exercícios para estimular os nadadores, para que não se sintam desmotivados. Evitando repetições tornaria mais agradável o processo de intensificação da força e agilidade nos nados.

Para que se obtenha resultados seria necessária a repetição dos exercícios, mas os erros nem sempre se instalam em uma mesma modalidade ou movimento. Em muitos casos estão na respiração, propulsão, pernadas ou braçadas. Como melhorar esses erros?

As execuções dos exercícios educativos devem visar à correção de um ou mais detalhes técnicos

Entretanto, existe a possibilidade de criar utilizando alguns acessórios como pranchas, palmares, etc. algumas atividades que tragam resultados para o desempenho do principiante em natação e aqueles que já são veterenos, mas desde que haja com isto uma possibilidade de mudança para melhorar a aplicação biomecânica dos nados.

Dicas para a execução dos exercícios educativos:

Nado crawl:

01. Um braço faz a puxada e o outro permanece estendido à frente da cabeça.
02. Um braço espera o outro à frente da cabeça.
03. Um braço faz a puxada, o cotovelo respectivo é elevado no final da braçada e a recuperação é feita com este mesmo braço e a mão dentro da água, o outro braço permanece estendido á frente da cabeça.
04. Um braço para no final da braçada, exagerando o rolamento e retirando da água o ombro e também o braço, para depois iniciar a recuperação.
05. As mãos tocam ás costas no inicio da recuperação, e durante todo o movimento elas se mantêm roçando o corpo

Nado costas:
01. Nadar Costas com um braço fazendo a puxada e o outro estendido acima da cabeça.
02. Nadar Costas com um braço fazendo a puxada e o outro estendido no prolongamento do tronco.
03. Nadar Costas com um braço esperando o outro estendido acima da cabeça.
04. Nadar Costas com um braço esperando o outro no prolongamento do tronco.
05. Nadar Costas com um braço parado acima da cabeça e o outro executando somente o término da puxada.

Nado peito:
01. Nadar Peito, cruzando os braços (um por cima e outro por baixo) no inicio da braçada.
02. Nadar Peito, com pernada normal, e somente trabalho de punhos.
03. Nadar Peito, com a cabeça se mantendo na posição, e executando duas braçadas para uma respiração.
04. Nadar Peito, com a cabeça sempre fora da água.
05. Trabalho de pernas de Peito com os braços estendidos à frente da cabeça.

Nado borboleta:
01. Parado, trabalhar simultaneamente tronco, braços e pernas.
02. Bater pernas de Golfinho, com o tronco na superfície da água e segurando os tornozelos de um companheiro.
03. Bater pernas de golfinho, com nado submerso, braços no prolongamento do tronco ou à frente da cabeça.
04. Bater perna de Golfinho lateralmente, submerso ou na superfície.
05. Bater perna de Golfinho na posição de decúbito dorsal, braços ao longo do tronco ou acima da cabeça.

Os exercícios educativos tem seus objetivos e é necessário empregá-los de forma consciente, individualmente e com o nadador que necessita para sua evolução o aperfeiçoamento em sua prática.




Referências

1. LIMA, W.U. de. Ensinando natação.São Pailo, S.P.: Phorte Editora, 1999.
2. MACHADO, D.C. Metodologia da natação. São Paulo: Editora EPU, 1974.
3. FERRAZ, O.L. Educação física escolar: conhecimento e especificidade, a questão da pré-escola. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, p.16-22, 1996. Suplemento 2.
4. LIMA, W.U. de. Ensinando natação.São Pailo, S.P.: Phorte Editora, 1999.
5. MACHADO, D.C. Metodologia da natação. São Paulo: Editora EPU, 1974.
6. FERRAZ, O.L. Educação física escolar: conhecimento e especificidade, a questão da pré-escola. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, p.16-22, 1996. Suplemento 2.
7. CARVALHO, Cantarino de. O ensino da natação. São Paulo. Manole Ltda, 1988. Introdução à didática da Natação. Lisboa. Compendium, s/d ...
8. www.educacaofisica.unirg.edu.br/.../NATAcaO.htm -
9. CATTEAU, Raymond. O ensino da natação. São Paulo. Manole Ltda, 1988.
10. NETTO, José, B. Natação: didática moderna da Aprendizagem. Londrina, Lazer & Sport. 1998
11. MACHADO, D. C. Metodologia da Natação. São Paulo. Editora Universitária, 1978
12. CALLEJA, C. Manual de Educação Física. São Paulo. Editora Pedagógica e Universitária, 1979
13. Artigo sobre técnicas e exercícios da natação. Acessado em 27 de out de 2009 (http://tudosobrenatacao.blogspot.com/2009/07/exercicios-educativos.html)
14. PEREIRA, M. D. Brincando com a água: a aprendizagem da natação. In: Nista- Piccolo, Vilma Lení (Org.).Pedagogia dos esportes. Campinas: Papirus, 1999.

Natação para Deficientes


Por: Italva Moreira de Sousa

Graduanda em Ed. Física UNEB – Campus IV


“Deficiente é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino” (Mario Quintana)

Desde o tempo Hipocrets, a água era utilizada no auxilio a reabilitação, os gregos e romanos já utilizavam a água corrente para a cura de doenças. Nos Estados Unidos a atividade aquática como terapia iniciou-se antes da primeira guerra mundial para individuo com reumatismo, após a segunda guerra mundial a água foi utilizada como elemento terapêutico para soldados amputados, traumáticos, com problemas psicológicos.

A natação para pessoas portadoras de deficiência trás para o individuo a capacidade de dominar a água com independência utilizando toda sua capacidade funcional, residual com suas limitações. A água por si já facilita para a pessoa a sua locomoção sem grande esforço, pois a sustentação (empuxo) pode aliviar o estresse nas articulações que sustentam o peso do corpo, ajudando no equilíbrio estático e dinâmico facilitando as execuções dos movimentos, que no solo teriam dificuldades ou seria impossível de serem executados. Trazendo para o portador de deficiência a sensação de liberdade pois dentro da ágüe ele não utilizara o auxilio de bengala, muletas, cadeira de roda, descobrindo sua capacidade de independência na água.

Benefícios fisiológicos

A água tem uma forte influencia sobre um sistema de regulação térmica, apresentando grande significado na melhoria do sistema respiratório e coração, pois a pressão da água tem uma resistência sobre o corpo aumentando o metabolismo, o fortalecimento da musculatura cardíaca conseqüentemente melhor no sistema circulatório e respiratório aumentando o volume respiratório e elasticidade da caixa toráxica. Principalmente para portadores de deficiência a reeducação motora proporcionando mais segurança na execução os movimentos.

Benefícios psicossociais

A natação é um processo de aprendizagem de socialização, as atividades aquáticas proporciona aos indivíduos independente de suas condições físicas e psicológicas situação de desenvolvimento nas experiências corporais, a integração e o convívio social. Melhorando o humor e a motivação em pessoas deficientes tendo também a possibilidade de descarregar as tenções com relaxamentos na água e satisfazendo a necessidades de movimentos através da natação.

Benefícios cognitivos

A água com trabalhos terapêuticos estimula o desenvolvimento cognitivo de concentração explorando varias formas de se movimentar buscando compreender o moimento do seu próprio corpo.

Benefícios da pratica da natação aos portadores de lesão medular

A natação tem valor terapêutico aos portadores de lesão medular em uma piscina aquecida, essas pessoas apresentam a musculatura enfraquecida podendo obter força e coordenação por meio dos estilos da natação, evitando também a obesidade.

Deficientes visuais

Todas as técnicas e posições podem ser praticadas orientando-se por indicação verbal borda da piscina onde o som se reflete ou pelo tato conduzido pelo professor. O deficiente visual é um individuo muito contraído, pois seus exercícios devem ser executados com lentidão, tornando-se relaxado.

Amputados

Amputados dos membros superiores têm no seu exercício o aprendizado do batimento de costas e as pernas de bruço e os amputados dos membros inferiores primeiramente o individuam tem que conseguir o equilíbrio que a principio e bastante difícil começando pelo impulso dorsal, utilizando simultaneamente os membros.

Hemiplegia

Se a deficiência for significativa começa pela execução de exercícios dorsal e se o lado hemiplégico afundar utiliza-se uma técnica lateral colocando o lado lesado para a baixo. Quando o individuo tem problema de coordenação e sensibilidade torna-se os exercícios muito difíceis em sua execução, seu esforço deve ser cuidadosamente elaborado.

Paralisias Cerebrais

É aconselhável começar os exercícios fora da água com o controle visual. O professor deve executar com movimentos livres, descontraídos e amplos congestos arredondado simétricos, evitando excesso de instrução verbal pois individuo aprendera a experimentação guiada.

Traumatismo Craniano

O problema de equilíbrio, falta de coordenação e dificuldade de adaptação no espaço fazem com que o prisional deve adaptar cada caso particular.

Paraplegia

Para começar a execução das atividades a posição dorsal, com utilização dos membros superiores. Mas se os abdominais estiverem lesados, o gesto de propulsão será feito com um ritmo um pouco mais rápido e com amplitude reduzida, se são paraplégicos há muito tempos membros superiores estão hipertrofiados que requer um pouco mais de atenção.

Tetraplegia

Utiliza-se primeiramente a posição dorsal com ação simultânea dos membros superiores e depois a posição ventral, um tetraplégico tem uma excelente flutuação desloca-se com um mínimo de esforço.

Em todos esses casos o controle respiratório é de muita importância para a execucção dos movimentos.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Natação para Bebês


Por: Samara Coelho Mascarenhas

graduanda em Ed. Física UNEB- Campus IV


A natação é um excelente meio para apresentar/introduzir a Educação Física ao ser humano, uma vez que, normalmente, os 9 (nove) primeiros meses deste são vividos num meio líquido.

Azevedo et al. (2008), alerta os estudantes de Educação Física acerca da utilização da natação como instrumento de aplicação da Educação Física ao ser humano. Segundo a autora, o bebê já é adaptado ao meio líquido desde a gestação onde é capaz de fazer movimentos natatórios, demonstrando uma série de reflexos, comuns na primeira infância. Citando Lagrange (1974), ela afirma que o contato com a água ainda nos primeiros meses de vida favorece a saúde e proporciona um momento de prazer e descobertas para os bebês.

Não se trata, porém, de um simples regresso do bebê exatamente ao mesmo tipo anterior de comportamento imaturo, mas, como afirmam Corrêa e Massaud (2007), é como se o trilho do desenvolvimento se desenrolasse numa espiral ascendente da direita para esquerda (mas sempre para cima), salientando ora o lado menos amadurecido da espiral, ora o lado mais amadurecido. Este princípio do desenvolvimento, segundo o autor aqui mencionado, exprime-se, talvez, com maior clareza, no primeiro ano de vida, quando o bebê desenvolve a capacidade de rastejar, engatinhar, ficar de pé e andar.

Corrêa e Massaud (2007) alertam que, seguindo a definição que apresenta a Natação como sendo ato de mover-se e sustentar-se na água por impulso próprio, com movimentos combinados de braços e pernas, a natação na primeira infância (até os dois anos e onze meses) deve ser denominada como atividades aquáticas. Recomenda-se como idade mínima para começar essa prática a partir dos seis meses. Uma vez que, nesse período a criança, que está com a vacinação em dia e por tanto protegida de doenças como a “coqueluche”, tem a liberação do pediatra para freqüentar piscinas e praias.

Em relação ao o local e as condições para uma boa realização das atividades aquática para bebês, recomenda-se que a temperatura da água esteja em torno dos 30 graus. Azevedo et al. (2008), chama atenção de que tão importante quanto a temperatura é o pH da água que deve estar entre os 7.2 a 7.8. O tratamento deve ser, preferencialmente, por ionização através de raios ultra-violeta e/ou eletrólise de sal para permitir um baixo teor de cloro, deve ter uma renovação de ar adequada para eliminação de cheiros e ar viciados (cloroaminas). A piscina, a qual possuir aquecimento, e for coberta deve ser mantida a uma temperatura constante. O local deve ser limpo e arejado, na borda da piscina só deve haver objetos que possam ser pegos pêlos bebês (coloridos, limpos e de tamanho que o bebê não possa engolir). A música é um elemento importante na aula de natação, uma vez que ela estimula a memória e aumenta o vocabulário do bebê. A musicalidade traz melhorias na coordenação motora, noções de ritmo e aprendizagem dos fundamentos: mergulho, flutuação, batimentos de pernas e braços.

O mais importante em relação à higiene das instalações, de acordo Corrêa e Massaud (2007), é a qualidade da água e a limpeza da borda. Uma vez que, a proliferação de fungos em ambientes fechados, cobertos, e onde não bata sol, é grande, por isso, todo o material utilizado pelo bebê deve ser lavado e pegar claridade (sol), pelo menos uma vez por dia. Os bebês são perceptíveis e sensíveis a tátil-bárico com a água, e o seu desempenho motor é quase que relacionado diretamente a esse fator.

No relativo aos benefícios aos bebês, Azevedo et al. (2008), citando Ferreira (2007), apresenta alguns adquiridos com a prática da natação, são eles: benefícios físicos, orgânicos, sociais, terapêuticos e recreativos, melhora da adaptação na água, aprimoramento da coordenação motora, noções de espaço e tempo, prepara o psicológico e neurológico para o auto-salvamento, aumenta a resistência cárdio-respiratória e muscular. Ela enfatiza, ainda, que a natação ajuda também a tranqüilizar o sono, estimular o apetite, melhorar a memória, além de prevenir algumas doenças respiratórias.

Deve-se ter ressaltar, no entanto, que um programa de natação para a primeira infância, só trará esses resultados, benefícios, quando elaborado e conduzido por um profissional competente. Ai sim desenvolverá, dentro do limite de cada indivíduo, dentre outros, a aquisição do sentimento de "confiança básico”, a seleção e gradação dos estímulos sensoriomotores para obtenção de respostas adaptativas, a adequação aos estímulos perceptivomotores no preciso momento evolutivo, o conhecimento e domínio progressivo do corpo, a formação de base da inteligência, a comunicação entre a criança e o professor através do gesto e da ação, a instauração de um vínculo pedagógico personalizado e cooperativo, aberto a mutualidade familiar.

Mediante a tantos benefício que nem sempre é de conhecimento da sociedade, cabe o questionamento “Porque tantos pais buscam colocar seu bebê na atividade aquática?”. Corrêa e Massaud (2007) dizem, levando em consideração uma observação que eles fizeram em duas escolas de natação para bebês do Rio de Janeiro, que a grande maioria busca melhorar a saúde do bebê, porém, como afirmam os autores, natação não faz “milagres”. Outros motivos apresentados por eles são: evitar acidentes em piscinas e evitar futuros problemas motores.

Independente de qual seja o motivo que leve o pai a buscar para o seu bebê as aulas, ou objetivo do professor para com as aulas de atividades aquáticas, deve-se ter em mente que justamente por se tratar de bebês o cuidado é “redobrado” e professor deve se utilizar de métodos e conhecimentos específicos para ministrar, de forma eficiente, em suas aulas.

Um exemplo de como podem ocorrer as aulas é apresentado por Corrêa e Massaud (2007) em seu livro. Eles oferecem uma Proposta Pedagógica pra crianças de seis meses a dois anos. Que inclui aulas individuais com duração de vinte minutos. Aulas com a participação do responsável, sob a orientação de um professor e com duração de trinta minutos. E aulas de trinta minutos, em turmas com três alunos, para crianças de dois anos.

Segundo os autores nestes níveis são desenvolvidos os seguintes conteúdos: Adaptação ao meio líquido e ao professor; Deslocamento com o professor; Preensão de objetos de formas, texturas e tamanhos variados; Equilíbrio de pé no Plano, utilizando flutuadores diversos; Estímulos ao deslocamento ativo; Adaptação à água no rosto; Educativos para imersão; Estímulos à imersão voluntária; Flutuação com bóia; Sopro do ar na água; Desenvolvimento do controle respiratório; Deslocamento do controle respiratório; Deslocamento submerso; Salto da borda, com e sem imersão; Deslocamento submerso com mudança de direção; Atividades lúdicas, musicais e historiadas; Socialização do bebê (atividades em grupos) e Sobrevivência no meio líquido.

Uma fase importante para a criança, de acordo com Corrêa e Massaud (2007), é a passagem da aula individual para a coletiva. Só por volta dos dois anos é que é dado o início as atividades lúdicas onterativas, pois antes desta idade, mesmo as crianças estando reunidas, elas não brincam juntas. Na proximidade dos seus dois anos, o professor deve começar a dar aulas perto das aulas de outro grupo. A passagem para a aula em grupo só deve ser efetivada após longo período de observação e de testagens.

Corrêa e Massaud (2007) apresentam uma curiosidade a cerca da metodologia e objetivos das aulas de atividades aquáticas para bebês, segundo ele as aulas de bebês com mães são utilizadas, em São Paulo, como terapia, para facilitar o desligamento do “Cordão Umbilical” da mãe com o filho. Num trabalho que envolve as mães, no qual todas devem fazer os mesmos exercícios com seus bebês, diferenciando o nível de dificuldades, e o professor deve esclarecer sempre para as mães o que está sendo feito e por quê.

O professor é, sem dúvida, um personagem muito importante nas aulas de atividades aquáticas. Uma característica essencial é gostar de trabalhar com bebês, porém é primordial associar essa característica a um conjunto de conhecimentos relativamente aprofundados nas áreas da psicomotricidade, da psicologia infantil, da fisiologia e da própria natação, lembrando sempre de ter um pediatra que possa dar assistência aos bebês. Para que assim, o professor possa propor atividades, de forma segura, adequadas ao estágio de maturidade física e psíquica dos bebês, lembrando sempre, que o horário da aula não deve coincidir com os horários do sono e da alimentação da criança.

Com tudo, é visível, diante da complexidade para se obter um ambiente favorável à prática de atividades aquáticas para bebês, o seu maior público, ou seja, por ser uma atividade relativamente “cara” o seu público alvo, consequentemente, é quem pode pagar. Seja por motivos de promoção de afetividade ou de promoção de saúde, sejam quais forem as razões que leve os pais a procurarem a natação para seus bebês, o professor tem que está apto a desenvolver as atividades aquáticas, principalmente, por se tratar de bebês. Sendo assim, levando em consideração que a natação ou qualquer outra área na Educação Física deve proporcionar o inter-relacionamento entre o prazer e a técnica, através de procedimentos pedagógicos criativos, ninguém melhor que o profissional de Educação Física para atuar na prática das atividades aquáticas para bebês.

Referências

AZEVEDO, A. M. P. ; MORAES, L. C. ; RODRIGUES, L. K. S. ; BARBACENA, M. M. ; GRISI, R. N. F. . Os Benefícios da natação para bebês de 6 a 24 meses de idade . In: X Encontro de Extensão e XI Encontro de Iniciação à Docência, 2008, João Pessoa. X Encontro de Extensão e XI Encontro de Iniciação à Docência, 2008.

Corrêa, Célia Regina Fernandes. Massaud, Marcelo Garcia. Natação da iniciação ao treinamento: Montagem e Administração, Organização pedagógica do bebê. Sprint – Rio de Janeiro: 3° edição - 2007

Escalante, Yolanda. Rodríguez, Ferran. Saavedra, José. A evolução da natação. Disponível em: http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Ano 9 - N° 66 - Novembro de 2003.

Farias, Sidney Ferreira. Natação: ensine a nadar. Florianópolis. Hd. da UFSC. I988

Nakamura, Oswaldo Fumio·. Natação 4 estilos: defeitos, correções - São Paulo: ícone. 1997.

ZULLIETTI, L.; SOUZA, I.L.R. A Aprendizagem da Natação do Nascimento aos 6 anos - Fases de Desenvolvimento. Revista UniVap, v. 9, n 17, 9-14 [São Jose dos Campos], 2002. Disponível em http://www.univap.br/cultura/Univa 17. pdf. Acesso em 14 de maio de 2009.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Natação para gestantes


Por: Caroline Passos de Macêdo

graduanda em Ed. Física UNEB - Campus IV

As atividades físicas é um meio de promover melhores condições durante a após a gestação. Trazendo benefícios à saúde da mamãe e do bebê, todas as atividades físicas em especial as aquáticas são de grande valia para a gestante desde que feita com bom senso e moderada respeitando a individualidade de cada gestante e as recomendações do obstetra.

Devem-se nortear os exercícios da forma que possa proporcionar atividades físicas agradáveis e seguras. Pois precisa ter em mente das profundas mudanças hormonais e metabólicas, desde a forma biológica a anatômica muda. A gravidez traz algumas mudanças indesejáveis ao organismo e anatomia da mulher, pois ficam mais pesadas, diminuindo a coordenação motora, o equilíbrio e a agilidade e, isso acaba afetando a sua auto-estima.

Nesse sentido a atividade física vem proporcionar melhora na imagem física e uma benfeitoria na auto-estima e na qualidade de vida tanto da mãe quanto do feto e da circulação uteroplacentária. Não podendo desconsiderar que a atividade física em especial a aquática quando feita regularmente, representa um papel importante na manutenção funcional da gestante e do feto. Porém deve levar em conta a individualidade de cada gestante principalmente obedecendo às regras básicas do bom senso e do obstetra, sempre acompanhada de um profissional da área. Em geral, as mulheres são liberadas após a 12ª semana de gestação. Com 12 semanas o feto já está bem fixado e o risco de aborto espontâneo é menor, afirma Melem (2000).

O exercício aquático vem ganhando cada vez mais espaço dentro das atividades destinado as grávidas, a natação e a hidroginástica, são uma grande alternativa. São atividades com bom elemento aeróbico que não suporta o peso da barriga da gestante, características mais apropriadas durante a gravidez evitando problemas posturais e futuros como lesões ortopédicas e a hiperlordose lombar aumenta particularmente o risco de hérnia de disco.

A hidroginástica mexe tanto com o aspecto físico quanto psicológico da mulher. Há um alívio de estresse, redução do inchaço, das dores lombares e cervicais. Os exercícios aquáticos feito com a hidroginástica estimulam ainda a produção da endorfina, responsável pela sensação de bem-estar e bom humor. A hidroginástica facilita a prática de movimentos que os de fora da água, pois são difíceis para a gestante, como correr e fazer abdominais, segundo a professora de educação física do Hospital Santa Joana, Cláudia Melem.

Uma parte das aulas de hidroginástica direcionadas às gestantes é reservada para os alongamentos, exercícios respiratórios, fortalecimento muscular do períneo e do abdômen, além do relaxamento. O restante do curso acontece na piscina, onde são feitos exercícios aeróbicos e localizados, além de, novamente, relaxamento.

As principais vantagens desta modalidade segundo Melem (1997) estão, dadas pelo menor estresse articular (evitando força gravitacional), a melhoria na termoregulação e o efeito natriurético que é devido basicamente a incremento do volume plasmático, diminuição da resistência vascular renal e incremento do fluxo sanguíneo e da filtração renal causada pela pressão hidrostática.

Os exercícios aquáticos também fazem parte os alongamentos, aeróbica – que trabalha todos os músculos do corpo, dando condicionamento físico para a gestante, assim como o fortalecimento de músculos específicos como o reto abdominal, o assoalho pélvico e dos membros inferior. São feitos também exercícios para um melhor equilíbrio para a gestante já que o peso está na parte frontal. Magalhães (2006) diz:

Na hidroginástica, a preocupação maior é sempre minimizar ao máximo o impacto dos exercícios para as grávidas. Conseguimos controlar bem com a atividade física o ganho de peso, da pressão arterial e da glicemia. Procuramos também fortalecer, por exemplo, o abdômen, a lombar, o joelho... E preparar a coluna cervical e o ombro, já que vão carregar o bebê depois. (p. 1)

Já no trabalho emocional, é dado exercício respiratório que tem fundamental importância para a gestante, pois acalma durante o período da dilatação, pois visam melhorar a parte circulatória deixando à gestante e o bebê relaxado, menos ansioso ajudando-a a melhorar a auto-estima e o autocontrole. O contato com a água é ao mesmo tempo relaxante e estimulante. A gestante que pratica a hidroginástica e a natação tem um sono mais profundo durante a noite, com isso o bebê estará sendo beneficiado e apresentará um desenvolvimento sadio dentro do útero.

Segundo Victor Matsudo e Sandra Matsudo (2008) dizem a respeito dos benefícios do exercício na gravidez a partir de pesquisas realizadas relacionando grávidas e atividade física em especial as aquáticas citando os benefícios biológicos como: menos ganho de peso e adiposidade materna, diminuição do risco de diabetes, de complicações obstétricas, menor risco de parto prematuro, menor duração da fase ativa do parto, menor índice de partos cesarianos, menos tempo hospitalizadas, melhora na capacidade física. Contudo cada vez mais se está dando ênfase aos benefícios psicológicos e sociais, que são iguais ou mais importantes que as vantagens biológicas e anatômicas.

Ao contrário dos exercícios realizados no solo, a prática da hidroginástica não é acompanhada por dores, transpiração e sensação de exaustão. Dentro da água, o indivíduo tem uma sensação de redução no peso, o que reduz de maneira importante à tensão nas articulações. Com isso, os exercícios realizados dentro da água são desenvolvidos com maior facilidade, aumentando o rendimento do aluno e possibilitando a prática de atividade por um período de tempo maior. Como o impacto é reduzido, as dores e os espasmos musculares pós-atividades praticamente não ocorrem. Um benefício bastante agradável da hidroginástica é a massagem proporcionada pela água, por meio da pressão e da resistência. Isso garante um efeito suavizante sobre a musculatura, ajuda a aumentar a circulação periférica de sangue e alivia as tensões.

Portanto a relação entre a atividade física e a gestante tem fundamental importância, pois perdem peso mais rápido ao sair da maternidade, corre um risco menor de depressão pós-parto e o desenvolvimento neuromotor e psicológico de filhos das gestantes ativas é diferente do dos bebês nascidos de gestantes sedentárias. Por isso que a professora Elke Oliveira (2004) diz que:

O número de mulheres grávidas que participam de atividades físicas tem aumentado a cada ano, com isso fica cada vez mais importante estabelecer orientações básicas e prudentes acerca do exercício durante a gestação. A falta de literatura sobre o impacto do exercício no feto tem preocupado médico e profissionais de Educação Física, principalmente no tocante ao comprometimento do suprimento sanguíneo placentário. (p 1)

Deste modo para a gestante atividade física aquáticas em espacial a hidroginástica e a natação são sinônimas de saúde, e o que muitas pessoas pensam de que a atividade física é contra indicado para grávidas, está totalmente enganado, lógico que dentro do bom senso e das regras estabelecidas pelo obstetra e que a grávidas já possua alguma rotina de atividades. Mas isso também não impede as que não têm nenhuma rotina de atividade antes da gravidez fazer. A atividade física leve e moderada é concedida segura e saudável sob várias recomendações quanto sua prática. E bem verdade que com atividade física é bem mais fácil retomar seu fenótipo mais rápido e sem sofrimento, além de ser comprovado de que facilita na hora do parto.

Referências:

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MATSUDO. Victor K.R. e MATSUDO. Sandra M.M. Cooperativa do Fitness. Impactos da atividade física sobre indicadores fisiológicos da gravidez e do feto. Publicado em 24/07/2009. Disponível http://www.cdof.com.br. Acessado em 10/10/2008 às 15h32min.

OLIVEIRA. Elke. Bebês e Gravidez Gestante e atividade física. Publicado em 24/01/2004. Disponível em http://www.saudeemmovimento.com.br. Acessado em 12/07/2009 às 19h52min.